A TV Brasil teve o ao primeiro depoimento do tenente-coronel Mauro Cid após o acordo de delação premiada. Ele citou nove dos 40 indiciados pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022. O relato do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro afirma que três grupos distintos aconselhavam o ex-presidente.
Um dos grupos, o mais radical, era o que mais insistia para o ex-presidente desse um golpe. Havia duas subdivisões. Uma dessas frentes defendia a formação de um braço armado. Seguiam essa linha o deputado federal Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro. Eles acreditavam que, uma vez que o ex-presidente desse a ordem, ele teria o apoio do povo e também dos CACs, que comporiam uma espécie de tropa civil. A outra frente era formada, entre outros, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que teria atuado, sem sucesso, para encontrar uma espécie de fraude nas urnas.
Outro grupo era formado pelos conservadores, entre eles o deputado Flávio Bolsonaro e o então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Eles teriam aconselhado o ex-presidente Bolsonaro a mandar o povo de volta para casa e a continuar como um líder da oposição.
Um terceiro grupo, os moderados, não concordavam com os rumos do país, mas entendiam que nada poderia ser feito. Militares faziam parte desse grupo. No depoimento, Mauro Cid também revela que Jair Bolsonaro não queria que os acampamentos em frente aos quartéis fossem desfeitos e ele também acreditava numa espécie de clamor popular para que pudesse reverter o resultado das eleições.
Em nota, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou indignação sobre a divulgação dos trechos da colaboração premiada de Mauro Cid, afirmando tratar-se de vazamentos seletivos. Já a defesa de Mauro Cid afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto.
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